domingo, 24 de agosto de 2014

Livros do Colégio

Título: O Auto da Compadecida
Autor: Ariano Suassuna
Editora: Agir
Sinopse: O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".

Resenha: Coincidentemente enquanto lia recebi a notícia de que o autor havia morrido e fiquei meio abalada. Imagina voltar a ler o livro depois?
Para você que já assistiu algumas das reprises na Sessão da Tarde nada será muito novo, cinematograficamente conseguiram ser fiéis, o tanto quando possível.
É um livro que todo brasileiro deveria ler, sem exceção. Ariano consegue passar muito bem a cultura nordestina e senti traços das obras de Gil Vicente e Euclides da Cunha.
Faz críticas à Igreja ou melhor, aos membros. Mostra a simplicidade do sertanejo e as dificuldades que todos passam com as longas secas.
Cada personagem é alegórico ao meu ver, ou seja, representa toda uma classe.
O bispo corrupto representa a Igreja como um todo, a mulher do padeiro que é adultera simboliza a frequência desses atos.
As críticas contidas na obra são atuais e de um jeito cômico. Chicó e João Grilo mostram um modo de se dar bem naquela miséria, inventando coisa e enganando pessoas. 
Esqueça um pouco o lado religioso que ela apresenta. Seja você um ateu ou pertencente a alguma religião se sensibilizará com uma narrativa de julgamento tão simples e rica que toca cada ser humano, nos fazendo repensar em várias atitudes.
/Ana Laura

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